Dirceu, Genoino e condenados presos em MG serão levados hoje para Brasília

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Dirceu, Genoino e condenados presos em MG serão levados hoje para Brasília

Além dos dez condenados já presos, outros dois devem se entregar hoje à PF
    Kamilla Dourado, do R7, em Brasília
O ex-ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo Lula, José Dirceu, e o ex-presidente do PT, José Genoino, serão transferidos ainda na manhã deste sábado (16) para Brasília, um dia após se entregarem à Polícia Federal em São Paulo. Segundo informações da PF, os outros sete condenados no escândalo do mensalão presos em Minas Gerais também serão levados ainda hoje à capital federal.
Após o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, expedir na sexta-feira (15) as primeiras 12 ordens de prisão, dez condenados pelo esquema de compra de apoio político, descoberto em 2005, se entregaram à PF em Minas Gerais, São Paulo e Brasília.
Os condenados que se apresentaram em outros Estados serão transferidos para Brasília hoje em um avião da PF.
A Polícia Federal ainda aguarda dois condenados no mensalão, entre eles, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que, segundo seu advogado, se entregará na manhã de hoje.  
Além de Delúbio, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato também deverá se entregar neste sábado. A expectativa é que ele se apresente voluntariamente à Polícia Federal do Rio de Janeiro.
Dez condenados se entregaram na sexta-feira
O primeiro condenado da Ação Penal 470, o processo do mensalão, foi o deputado federal José Genoino (PT-SP), que se apresentou à polícia por volta das 18h na sexta-feira. Condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa, Genoino chegou à sede da PF em São Paulo acompanhado da mulher no carro de seu advogado, Luiz Fernando Pacheco, e foi recebido por 20 militantes aos gritos de "Viva, Genoino". A defesa do ex-presidente do PT já disse que vai pedir prisão domiciliar para ele.
Pouco antes das 21h foi a vez do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu se apresentar à PF na capital paulista. Condenado a dez anos e dez meses pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, Dirceu tem direito aos recursos que podem mudar a pena, já que recebeu quatro votos pela absolvição no crime de quadrilha. Portanto, ele pode ter um abatimento de dois anos e 11 meses na pena, caso o STF decida assim.
Já em Belo Horizonte, outros sete condenados se entregaram à PF após a manobra do presidente do STF no feriado da República.
Um deles foi o empresário Marcos Valério, considerado o operador do esquema do mensalão, que se apresentou à sede da Polícia Federal em Belo Horizonte por volta das 21h. Valério foi condenado a 40 anos e quatro meses de prisão por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O publicitário ainda terá que pagar R$ 2,78 milhões em multas. Valério, no entanto, tem direito aos embargos infringentes para o crime de formação de quadrilha, o que pode reduzir a pena em dois anos e 11 meses.
Horas antes, a primeira a comparecer à sede da Superintendência da PF da capital mineira foi Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério. Ela foi condenada a 12 anos e sete meses de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e evasão de divisas.

Cristiano Paz, ex-sócio de Valério, também se entregou cerca de duas horas após a expedição dos mandados de prisão pelo STF. Ele foi condenado a 25 anos de prisão.

Quem também se entregou à PF em Belo Horizonte foi Katia Rabello, ex-presidente do Banco Rural. Condenada a 16 anos e 8 meses de prisão, ela cumprirá pena por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas.
Ramon Hollerbach, também ex-sócio de Marcos Valério nas agências de publicidade, foi o penúltimo a se entregar. Hollerbach foi condenado por formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas a quase 30 anos de prisão.
O último condenado a se apresentar foi o ex-vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado, que se dirigiu à Polícia Federal de Belo Horizonte por volta das 23h de ontem. Ele foi condenado a 16 anos e oito de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Salgado foi o último dos sete mensaleiros de Minas Gerais que deveriam se apresentar à Justiça.
Já em Brasília, quem se entregou ontem foi o ex-tesoureiro do PL (atual PR), Jacinto Lamas, condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Ele chegou acompanhado do advogado e cobriu o rosto para não ser fotografado.
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