Os desportistas treinaram conforme era possível, sem os aparelhos ideais, como anilhas, pesos e halteres
ATUALIZADO 18/09/2020 20:11

Treinos físicos intensos e alimentação regrada são pontos fundamentais para quem almeja praticar o fisiculturismo, esporte que exige do corpo uma hipertrofia muscular elevada. Com a pandemia do novo coronavírus, os atletas do Distrito Federal tiveram que se adaptar ao adiamento das competições e ao fechamento das academias. Exercícios em casa e mudanças na dieta foram algumas das estratégias adotadas para manter a massa magra durante a quarentena.
Os desportistas passaram a treinar sem os aparelhos ideais, como anilhas, pesos e halteres. Sob o foco de não engordar e seguir em atividade, deram preferência para exercícios funcionais e aeróbicos como agachamento livre, remada curvada, passada com peso nas costas, subidas em caixotes, bancos, circuitos, corridas, saltos e outros. Além disso, a malhação passou a acontecer em casa ou em locais ao ar livre sem aglomeração.
Como é o caso do nutricionista Bruno Rua, de 42 anos, que não deixou de praticar exercícios físicos para manter o volume muscular e as saúdes física e mental. Praticante de musculação há mais de 20 anos e competidor desde 2007, ele realizava atividades por 1h30 na praça perto de sua casa.
Bruno Rua pratica o esporte ha quase 30 anos“Não é suficiente para competição, mas era ótimo para me manter bem e sem engordar”, informa ele
Aos 14 anos Bruno começou a ter contatos maior com a musculação, desencadeando de vez a paixão com a malhação- Bruno Rua/Arquivo pessoal/Reprodução
Retorno
A reabertura das academias ocorreu em julho, depois de mais de três meses fechadas, e foi como um sopro de alívio para os atletas. Adepto da musculação desde os 16 anos, o policial militar Erasmo Carlos Souza, 37, brinca que foi um dos primeiros a voltar. Antes do retorno, o graduando em nutrição estava se exercitando regularmente com o apoio de anilhas e barras emprestadas. Assim, em conjunto com alimentação balanceada, ele conseguiu manter a massa magra.
“No primeiro dia, fui o primeiro aluno. Já estava desesperado para voltar. Agora, o treino está ainda mais intenso para recuperar o tempo perdido e ganhar massa muscular para o campeonato do ano que vem, se acontecer”, comenta.
Voltar a frequentar os espaços, sem deixar de lado os cuidados com o novo coronavírus, é essencial para o esporte, segundo o personal trainer e fisiculturista Alexandre Cardoso, 30. Ele explica que treinar com aparelhos de musculação apropriados tem total diferença no resultado dos desportistas. “Sem isso, a intensidade e qualidade do treino são bem prejudicadas”, revela
Calendário
Os torneios de fisiculturismo de 2020 no DF foram adiados para março do ano que vem, data que depende do cenário da Covid-19. Neste ano, não ocorreu nenhum dos eventos programados, porque o decreto inicial de suspensão das atividades presenciais ocorreu duas semanas antes do primeiro campeonato do ano.
De acordo com o personal trainer Joaquim Pimenta, diretor de arbitragem da Federação Brasiliense de Fisiculturismo e Musculação (IFBBDF), a organização do esporte na capital decidiu adiar os quatro eventos marcados para 2020 por considerar inviável manter os atletas em stand by.
“O preparo não é algo rápido, leva meses e até anos. Outro ponto é que, apesar de acontecer em teatros, as competições também aglomeram pessoas na plateia e backstage. Seria muito difícil manter o distanciamento e não podemos comprometer a segurança de ninguém”, salienta o diretor, excluindo a opção dos eventos acontecerem on-line.
Erasmo, por exemplo, precisa de seis meses antes de algum torneio. “Participo de no máximo duas por ano porque é o que dá pra mim por conta da preparação”, conta.
O tempo de preparo do policial é semelhante ao da estudante de medicina e fisiculturista Thaís Maduro, 25. Quando tudo começou, ela estava de dieta para a próxima competição, em outubro, mas teve que parar e rever projetos. O distanciamento social afetou sua rotina de treinos e vida pessoal.
“Foi um baque para mim, fiquei bastante angustiada porque tudo foi por água abaixo. Comprei pesinhos, mas não era a mesma coisa e não consegui me adaptar”, contou.
A reviravolta impactou em cheio a alimentação de Thais. Sem ter nenhuma previsão de retorno ela começou a comer igual a família. “Convivendo mais em casa, passei a comer pizza, hambúrguer, bolo. Coisas que só comia raramente começaram a fazer parte da minha rotina”, revela. Em Brasília há 14 anos, a mineira de Pato de Minas está no esporte desde 2016, com participação em 10 campeonatos.
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