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Ela afirma que tem orgulho pelo apelido e que chifres são suas modificações corporais preferidas.
Por Juliana Steil, G1 Santos
Ela conta que, como trabalha em um estúdio de piercings, tatuagens e outras transformações corporais, o apelido ajuda seus clientes a identificarem ela. "Não me incomodo [com o apelido], em hipótese alguma. Tenho orgulho de ser quem eu sou", garante.
Carol entrou de cabeça no universo das tatuagens há 11 anos, quando ainda era auxiliar administrativa e conheceu seu atual marido em um estúdio. Ela iria fazer mais uma tatuagem pequena e o homem era o tatuador.
Juntos, eles cobriram praticamente todo o corpo com diversas tatuagens ao longo dos anos e o homem, conhecido como 'Diabão', passou a instaurar modificações mais agressivas em seu corpo. Há três anos, Carol também seguiu os passos dele e tatuou os olhos.
"Uma coisa foi puxando a outra. Iniciei com as tatuagens, comecei a gostar de piercing, me encantei pela área da modificação corporal", relembra Carol. "Aos poucos a gente foi se identificando, buscando uma aparência diferente, fugindo do padrão aceitável pela sociedade de hoje."
Atualmente, ela tem quatro modificações extremas: pigmentação dos olhos (eyeball tattoo) , divisão da língua (tongue split), dentes com coroas metálicas e chifres na testa (implantes transdermais).
'Mulher demônia' temente a Deus
Os pequenos chifres na testa são as modificações preferidas de Carol. Os acessórios deram a ela o apelido de 'mulher demônia', mesmo que ela garanta que sua relação com Deus é forte. Ela confessa que tinha receio do julgamento divino e buscou orientação antes de realizar o procedimento.
"Conversei com meu marido e oramos para pedir ajuda para Deus. Já me questionei por medo em relação ao nosso Senhor. Entendemos que Ele não é assim e não julga por isso. É a modificação que eu me sinto mais entusiasmada, feliz e orgulhosa de ter feito", diz Carol Praddo.
A modificadora corporal critica, ainda, quem julga seu caráter a partir de sua aparência. "Eu sei das minhas atitudes e minhas escolhas", se defende. "Quando as pessoas abrem a oportunidade de conversar com a gente, conseguem entender que somos muito mais do que aparentamos ser."
Ela diz, ainda, que aceita as críticas positivas e negativas, pois acredita que muitas vezes o que precisa, não é o que se quer ouvir. "Entender isso é evolução", diz. O que Carol afirma que não tolera são ataques à sua pessoa e à sua família, quando são vistos em público.
"É normal as pessoas olharem, mas é inaceitável na rua eu estar passeando com meu filho e meu marido e ser xingada", diz. "Independente das escolhas, você tem que respeitar as pessoas como ser humano, como indivíduo", finaliza.